Sinopse
Naoki Higashida sofre de autismo severo. Com grande dificuldade de se comunicar verbalmente, o jovem aprendeu a se expressar apontando as letras em uma cartela de papelão, e, aos treze anos, realizou um feito extraordinário: escreveu um livro. Delicado, poético e profundamente íntimo, O que me faz pular traz uma nova luz para entendermos a mente autista. O jovem explica o comportamento muitas vezes desconcertante das pessoas com autismo e compartilha conosco suas percepções de tempo, vida, beleza e natureza, apresentadas em um relato e um conto inesquecível.
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O autor, Naoki Higashida, tem autismo.
Diante da dificuldade apresentada em se comunicar e se socializar, sua mãe e
uma professora criaram um método para que ele pudesse se expressar. Através de
um painel com letras, palavras e números, similar a um teclado, Naoki pode
apontar e “falar” o que sente.
O livro foi escrito pelo garoto,
nascido em 1992, quando ele ainda estava no ensino fundamental. Como autista
ele apresenta comportamentos próprios de seu universo, que são interpretados
como estranhos, ou até mesmo inadequados por parte de quem não tem autismo.
“Não se pode julgar uma pessoa pela aparência. Mas, a partir do momento em que você entende o que acontece dentro do outro, vocês dois podem se tornar bem mais próximos”.
As pessoas, usualmente, julgam o
modo de agir dos autistas, por preconceito, por desconhecimento ou por falta de
compreensão em relação ao que não lhe é familiar. Através do livro “O que me
faz pular”, da Editora Intrínseca, publicado em 2014, é possível entendermos
ou, no mínimo, nos aproximarmos do ponto de vista do autista. Suas impressões
sobre seu próprio comportamento, sobre o tempo, sobre o espaço social em que
estão inseridos e sobre a vida, podem despertar no leitor a empatia. Empatia
esta que é extremamente necessária para que possa haver respeito e compreensão
do comportamento do outro.
O autor tem ainda pequenos contos, e todo o conteúdo do livro conta com ilustrações em
preto e branco. Num dos contos, Naoki expressa que o escreveu “na esperança de
que vocês consigam entender como é doloroso quando não é possível se expressar
para as pessoas amadas”.
A comunicação é um dos obstáculos
que Naoki enfrenta no seu dia-a-dia, sendo um dos cernes do livro, superado
pelo auxílio que teve de sua mãe e professora (a prancha com o alfabeto que
mencionamos inicialmente).
Importante frisar que trata-se de
um livro escrito por um menino de 13
anos, é a sua visão. Então o texto, muitas vezes, pode parecer simples ou com
lacunas. Naoki responde a questionamentos como: a razão de fazer as mesmas perguntas
o tempo todo, preferir ficar só, ter um jeito peculiar de falar,
ter sensibilidade ao toque, entre outros.
“Eu não tenho nenhum problema específico com o contato físico, mas, com certeza, algumas pessoas autistas, não suportam ser abraçadas ou tocadas. Para ser honesto, não tenho ideia do motivo – imagino que isso deva deixá-las desconfortáveis. Mesmo a diferença na maneira de se vestir de acordo com a estação, usando mais roupas no inverno e menos no verão, pode ser uma grande dificuldade para pessoas com problemas táteis. Não é fácil para nós agir de forma adequada às mudanças de situação.”
É um texto simples de fato, mas que,
para quem lê de coração aberto, ensina a olhar para o autismo de maneira mais
natural, cordial e empática. Faz com que tomemos conhecimento de que a mente
autista é tão complexa quanto a de quem não é.
A introdução do livro é do
escritor inglês David Mitchell, autor de “Menino de Lugar Nenhum” e “Cloud
Atlas”. Pai de uma criança com autismo revela que ao ler o livro sentiu que era
capaz de entender o que se passa na cabeça de seu filho. É um livro, no mínimo,
inspirador.
Ficha Técnica
Título:
O que me faz pular
Escritor:
Naoki Higashida
Editora:
Intrínseca
ISBN:
978-85-8057-497-5
Número de
Páginas: 190
Ano:
2014
Edição:
1ª
Assunto:
Autismo / Deficiências do desenvolvimento / Integração social
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