Calpúrnia
Virginia Tate tem 11 anos em 1899, quando pergunta o porquê de os gafanhotos
amarelos em seu quintal serem tão maiores do que os verdes... Com uma pequena
ajuda de seu notoriamente mal-humorado avô, um ávido naturalista, ela descobre
que os gafanhotos verdes são mais fáceis de ser vistos contra a grama amarela
e, por isso, são mortos antes que possam ficar maiores.Por gostar de explorar a
natureza ao seu redor, Callie acaba criando um relacionamento próximo com seu
avô enquanto enfrenta os desafios de viver com seis irmãos e se depara com as
dificuldades de ser uma garota na virada do século.Em seu livro de estreia,
Jacqueline Kelly habilmente traz Callie e sua família para a vida, capturando o
crescimento de uma jovem com sensibilidade e humor. A
evolução de Calpúrnia Tate conquistou dois importantes prêmios em 2010, o
Newbery Honor Book e o Bank Street - Josette Frank Award.
A menina Calpurnia vive com seus pais, avô e irmãos no Texas. Ela é quem narra a
história do livro “A Evolução de Calpúrnia Tate” da escritora Jacqueline Kelly, publicado pela Única
Editora em 2014. Ao longo de suas 380 páginas conhecemos a personagem através de sua narrativa.
“Naquele verão eu tinha onze anos e era a única menina entre sete filhos. Dá para imaginar situação pior? Meu nome é Calpúrnia Virgínia Tate, mas naquela época todo mundo me chamava Callie Vee. Eu fazia a ponte entre três irmãos mais velhos – Harry, Sam Houston e Lamar – e três irmãos mais jovens – Travis, Sul Ross e o bebê Jim Browie...”
A menina não tinha um
relacionamento muito próximo de seu avô, Walter Tate. Ela o descreve, inicialmente, como “um personagem obscuro”.
Mas, a menina que é apaixonada pela teoria naturalista começa a fazer anotações,
em uma caderneta de capa vermelha, sobre tudo que vê. Com o incentivo de seu
avô, de quem ela se aproxima, justamente pela curiosidade que tem sobre
naturalismo, ela vai descortinando o mundo ao seu redor. Walter incentiva a
neta a ler “A origem das espécies” de Charles Darwin.
Calpúrnia faz uma descoberta
interessante e junto com o seu avô divulga para a sociedade científica.
“... E se não fosse haver nenhuma Ciência para mim, nem artes domésticas, o que sobraria? Onde estaria meu lugar no mundo? Isso era imenso demais e apavorante demais para pensar: Consolei-me com as palavras do vovô no registro do fóssiel e o Livro de Gênesis: é mais importante entender uma coisa do que gostar dela. Não era necessário gostar para entender; gostar não fazia parte disso.”
Ao longo da narrativa a menina
vai contando sobre o seu cotidiano, a relação com seus irmãos e amigos, e sua
pretensão futura em se tornar uma cientista.
Não podemos deixar de citar que há o dilema da época em que a história
se passa, 1899. Época em que as famílias não pensavam em ver mulheres como
cientistas. A de Calpúrnia não é diferente.
Tenho de confessar que esperava
mais da história de Calpúrnia, muito embora seja um livro bem escrito, sem
dúvida. Contudo, acreditava que poderia ter mais pontos de conflito e/ou
controvérsias. Em que pese o fato de a menina viver na virada do século XIX para o século XX, senti
falta de uma história mais vibrante. Isto não significa, porém, que seja uma
história ruim. Valeu a pena a leitura e recomendaria que outras pessoas lessem.
O livro é a estréia de Jacqueline
em romances. A autora exerceu Medicina, Direito e passou a escrever ficção. Em
2001 teve seu primeiro conto publicado.
Ficha Técnica
Título: A evolução de Calpúrnia Tate
Escritora: Jacqueline Kelly
Editora: Única
ISBN: 978-85-67028-41-5
Edição: 1ª
Número de Páginas: 380
Ano: 2014
Assunto: Ficção / Literatura juvenil
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